sábado, 26 de novembro de 2011

Vida de gata

Misty chegou em casa exausta.

Seu trabalho na fábrica de ração estava cada vez mais cansativo.

Não era fácil ser executiva e ainda fazer mercado, pagar a faxineira, cuidar da saúde, da beleza e ainda arranjar um tempinho para brincar com seus ratinhos. Encontrar os amigatos para uma miada em cima dos muros da cidade então fazia meses que não fazia.

Jogou a bolsa de lado, tirou seus sapatos de salto alto vermelhos, encheu um grande copo de leite suspirando de cansaço. Comeu sua ração especial para firmar a pele e dar mais brilho aos seus pelos de simesa, enquanto refletia sobre assuntos do trabalho. Sua mente não parava.

Já na cama, decidiu tomar um longo banho lambendo bem todos os pelos até ficarem bem alinhados e refrescados. Nada substituia o frescor de sua própria lingua acariciando os pelos, nem aquela colônica francesa que trouxera da Europa.

Afofando sua cama de cetim, para aquela que seria sua única e insuficiente soneca do dia pensou:

- Maldita liberação das gatas.

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